segunda-feira, 1 de julho de 2013

República Galega


Poema á I República Galega


          Tenho uma vida um pouco atrapalhada e dispersa
          Mas, ainda que passaram os anos,
          Lembro o dia em que te conheci,
          A minha roupa segue a cheirar ao teu perfume
                                                                           - Ou isso penso
          Vieste da mão dos operários do caminho-de-ferro
          Vestida de branco
          E estiveste comigo escassamente umas horas
          E gozei da profundidade das tuas entranhas
          E da suavidade do teu corpo
          Antes de marchares num sol-pôr laranja.

          Deveci por ti durante anos
          E hoje volves comigo, Amada
          E hoje volves connosco, República.


Este poema, junto com outros, foi lido na Repichoca Literária na Festa da República Galega. Fiquei abraiado pela qualidade de Lydia Botana e da sua banda. O trabalho das associações organizadoras (A. C. Foucelhas de Ordes, A. C. Lucerna de Cerzeda e A. C. A Revoltaina Cultural da Beira de Bergantinhos) foi impressionante. O lugar, a antiga estação dos caminhos-de-ferro de Ordes, n’A Pontagra, à beira do rio Lengüelhe, perfecto.   


Proclamação da I República da Galiza, Ourense, 1931.




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